
Com ideais de liberdade, Domingos José Martins, ao voltar da Inglaterra, residiu em Recife, na capital de Pernambuco, lugar onde os brasileiros sofriam com as cruéis perseguições portuguesas.
Há época, segundo algumas afirmativas, como a de Muniz Tavares, uma das autoridades portuguesas: nascer brasileiro era título de inferioridade.
Convicto de que era preciso reagir, Domingos José Martins, dentro das Lojas maçônicas, organizava a reação, pois não era aceitável o povo brasileiro sofrer tanto dentro da própria terra.
Revolução
Foi então que o capixaba, nascido na Vila de Caxanga, como era conhecida a Vila de Itapemirim, no dia 9 de maio de 1781, organizou a revolução como objetivo de derrubar a tirania portuguesa.
Com os rumores que se espalhavam e chegavam ao Marquez da Praia Grande, que desdenhava dos idealistas, os fatos, porém, anteciparam a revolução, marcada inicialmente para o dia 6 de abril, em um mês.
Na festa de Nossa Senhora da Estância, realizada todos os anos em comemoração à derrota dos holandeses, o alferes brasileiro, Roberto Francisco Cabral, castigou um português por ter injuriado os nossos patrícios.
Revolução
Delatado, Domingos José Martins, que acolhia os revolucionários em sua própria casa, teve sua prisão decretada pelo Governador, Caetano Pinto, que convocou os Generais portugueses, que estavam em Recife, para prender os denunciados:
Padre João Ribeiro Pessoa de Melo Montenegro, Domingos José Martins e Antônio Gonçalves da Cruz, além dos três capitães de artilharia: Domingos Teotônio Jorge de Martins Pessoa, José de Barros Lima e Pedro da Silva Pedroso.
Ao ser executadas as prisões determinadas, a revolução foi deflagrada. Os Comandantes de Corpos prenderam os militares, cabendo ao Marechal José Roberto, a dos civis.
No enfrentamento com a artilharia, José de Barros Lima, conhecido como o “Leão Dourado”, arranca a espada e atravessa o peito de Manoel Joaquim Barbosa, o Brigadeiro.
Na tentativa de reação, o Governador Caetano Pinto, manda seu ajudante de Ordens, Coronel Alexandre Thomaz, reunir a tropa para o combate. Porém, o Capitão Pedroso, à frente dos revolucionários, fuzila o emissário do Governador, que foge com sua família para a fortaleza do Brum.
Domingos José Martins, o único civil preso, foi libertado pelo tenente da artilharia, Antônio Henriques, que o coloca no meio da tropa rebelada, ao delírio aos seus braços.
Às 16h, no Campo do Erário, ainda estava a tropa de Caetano Montenegro, sob o comando de Marechal José Roberto. A tropa revolta de Domingos Teotônio e a de Pedroso, com Domingos José Martins de bacamarte em punho e entusiasmando a todos.
Governo Provisório
A revolução foi vitoriosa no dia 6 de março de 1817. No dia 7 era constituído o governo provisório.
Os revolucionários vitoriosos eram pela república federativa, tolerância de todos os cultos e a emancipação dos escravos.
As “Notas Dominicais” do francês Tolenare, destacavam o bravo espírito-santense, Domingos José Martins, como um dos principais autores da revolução.
O movimento vitorioso se propagou pelo Rio Grande do Norte, Paraíba e Alagoas, mas não teve êxito na Bahia quando o Padre Roma foi preso no dia 27 de março e executado dois dias depois no Campo da Pólvora.
Com o Conde dos Arcos fortalecido, mandou bloquear Recife, pela esquadra de Rodrigo Lobo. Sob o comando de Melo Cogominho de Lacerda, os revolucionários republicanos foram vencidos. Mas entre os que resistiram estava o bravo jovem, Domingos José Martins, aos seus 36 anos, defendeu a república e os ideais de libertação dos escravos que durou 74 dias de Governo Independente.
Capturados, os idealistas foram levados para Bahia na corvete “Carrasco” e no brigue “Mercúrio”.
Fuzilamento
No dia 10 de junho foram interrogados, no dia 11 foram condenados e no dia 12 de junho de 1817, Domingos José Martins, Padre Miguel Joaquim de Almeida e Castro e José Luiz Mendonça foram executados no Campo da Pólvora, na Bahia.
O capixaba, um dos nove filhos do militar de primeira linha, Joaquim José Martins, também espírito-santense, e D. Joana Luiza de Santa Clara Martins, escrevia para sempre, na história da Independência do Brasil, a sua trajetória maçônica de luta pela liberdade do povo brasileiro. Cinco anos após o fuzilamento de Domingos José Martins, ecoava o grito da Independência.
Hoje, 205 anos do fuzilamento do mártir, Irmão Domingos José Martins, o GOB-ES presta uma merecida homenagem:
Salve o nosso mártir da Independência!
Salve o Irmão Domingos José Martins!
GOB-ES
Preservando os valores familiares
Por Juba Paixão